Sobre mim:
Sou dia a dia de cada estação, governo e muitos carnavais.
Sou convicções, crenças e experiências.
Sou realidade e fantasia.
Uma novidade por dia.
Desafio, do efêmero da minha incalculável modéstia, os meios de comunicação a acompanharem minhas notícias, porque tenho autonomia que não me economiza nem automatiza.
Nas caixinhas cronológicas não há espaço para dizer que a maternidade é um desafio diário. Que o divórcio é a coisa mais difícil que já vivi. Que a dor da ausência da presença que não suportávamos mais é vício em viver em zonas de conforto desconfortáveis.
As experiências profissionais não trazem o melhor de mim. Não dizem que faço limonada de qualquer limão, nem sobre a capacidade irrefutável de encontrar soluções e criar estratégias. Sem falar na energia para acender corações abrumados e botar fogo em hidroginásticas para gestantes.
Resumo da experiência profissional:
Poderia elencar quanto tempo trabalhei em lugares que talvez nem existam mais, usando técnicas que estão em desuso. Faria uma lista careta e covarde disfarçando que sou melhor com produtividade do que em cumprir horário. Em que parte falaria da minha criatividade pujante e que ela não foi esmagada por smartphones, bandas largas e hipócritas?
Nada disso me ensinou a escrever com a alma e a ter coragem de colocar a cara a tapa e a bunda na janela. Quando contesto os “incontestáveis” dou crédito à intuição.
Foram muitas assessorias de imprensa: Maria Bonita, Natura, AfroRegage, governadores, seguradoras, políticos, ministérios e secretarias de estado
Trabalhar com eventos desafia minha capacidade de realização (começo, meio e fim). Como editora na agência do GDF aprendi a escrever textos coesos e enxutos, diferentes deste aqui. Entendi, na dor, que projetos de comunicação interna em repartições públicas são como enxugar gelo.
E administradora do lar? Não cabe nos currículos? Por que não sai no diário oficial e nem preenche o ego e a conta bancária?
Pois, garanto: valeria diploma em gestão de RH e alguns certificados. Organizadora, cozinheira, lavadeira, compradeira de vasos, uniformes e marmitas com os melhores preços do mercado, coisa para “amélia” nenhuma botar defeito. Reaproveito, reformo, troco, improviso e, ainda, trabalho fora.
Já ganhei o óscar de louca por cinco anos consecutivos. DO LAR deveria receber adicional de insalubridade e concorrer ao Nobel da Paz – somos verdadeiras guerreiras, exímias diretoras, doutoras, educadoras e pastoras. Vivemos entre a cruz a e aspada. Somos apenas loucas boas passeando sobre uma linha tênue entre o céu e o inferno.
CLTS dão segurança, férias e décimo terceiro. Os empregados passam os feriados em família e voltam revigorados. As DO LAR precisam de férias das férias, e de si mesmas. Scarpins e talleurs ficam aposentados no armário, junto com a profissional que se perdeu nas loucuras da rotina doméstica. A parte boa é a libertação dos saltos altos.