Antonio B.

Minha jornada na arte começou muito antes de eu trabalhar com ferramentas digitais — nasceu da curiosidade em observar o mundo e da vontade de transformá-lo em imagem. Sempre fui fascinado pela maneira como lembranças, sensações e símbolos se reorganizam dentro de nós, criando realidades tão vívidas quanto o que vemos. Quando descobri a arte digital, percebi que havia encontrado um campo fértil para materializar esses universos internos com liberdade, fluidez e experimentação infinita.

Com o tempo, a tecnologia deixou de ser apenas um meio e passou a ser uma extensão da minha linguagem. Aprendi a tratar pixels como matéria-prima, luz como narrativa e ruído digital como elemento poético. A cada obra, busco entender um pouco mais da relação entre identidade, memória e contemporaneidade — e como nossas percepções se transformam diante de telas, algoritmos e novos modos de existir.

Crio porque acredito que a arte tem o poder de revelar aquilo que não sabemos nomear, mas sentimos. Crio porque me interessa o que é instável, híbrido, mutante. Crio porque encontro beleza não só nas formas perfeitas, mas também nas falhas, nas distorções e nas camadas invisíveis que habitam nossas histórias.

Minha obra é, no fundo, uma tentativa de dialogar com o público de forma sensível: despertar emoções, provocar reflexão e abrir janelas para outros modos de ver — o mundo, o outro e a si mesmo.