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Esloane G.

Escritora/redatora/revisora de textos

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Ranking: 365030 | Projetos concluídos: 0 | Recomendações: 0 | Registrado desde: 11/03/2018

Sobre mim:

Sou poeta e cronista, graduanda do 10° período do curso de Direito na Universidade Federal de Jataí. Sou mãe solo, responsável e comprometida com meus trabalhos. Ofereço meus trabalho para administrar redes sociais, escrevo artigos e crônicas de entretenimento diversos e bibliográficos e acadêmicos em temas jurídicos sociológicos e/ou áreas correlatos.

Resumo da experiência profissional:

Escrevo poemas e crônicas por hobby desde a infância. Na graduação fiz Iniciação científica e escrevi artigos relacionados temas sociais. Busco minha primeira oportunidade de escrever profissionalmente.

Crônica de minha autoria:
Aos 15 já era homem feito. Se gabava da musculatura bem desenhada, moldada nos mais de três que já contava nos serviços de peão. Pelo ao menos nesses últimos anos fora fazia algum dinheiro, antes trabalhava só a troco da comida. Agora sim, pegava algum dinheiro e podia levar um litro de feijão à mãe, ou uma garrafa de banha pra ajudar. Não tinha certeza do salário. Nunca fora a escola, não assinava o nome e não sabia muito bem contar os cruzeiros que lhe tocavam pra mão. Daí confiava na contagem do patrão, homem estudado, um doutor vestindo sempre camisas muito bonitas e cheirosas.
- Deve ser cabra honesto, o patrão!
Pensava ele enquanto enfiava na gibeira um saquinho amarrando o salário.
Perdera a conta de quantos meses estava longe de casa, dormindo em cima da velha coberta dobrada pra amaciar um pouco mais o afofado de capim que forrava o chão desigual do rancho destinado a guardar os arreios, cordas e outras tralhas de lida. Agora iria em casa, era ano novo! Não tinha certeza se a felicidade da mãe quando o via chegar era pela saudade ou esperança que trouxesse algo pra ajudar com os pratos cada vez mais vazios dos sete irmãos mais novos.
Não importava, era ano novo e iria pra casa passar uns dias. Antes daria um trago na cachaça mais barata que encontrasse na venda da beira da estrada. Talvez dois... Capaz de o salário dar pra dois e ainda levar um litro de feijão... Tomara, pensava ele! A goela estava seca, na sede de tomar uma pra alegrar!
Ano novo... Rezara na noite anterior pedindo vida e saúde pra trabalhar feito doido nesse novo ano... Um dia vai mudar de vida, conseguir guardar umas nicas, comprar um cavalo pampa bom de sela feito aquele da fazenda... Deus ajudando, comprava uma novilha e um boieco e levava pra casa no próximo ano, engordar os bicho, fazer dar cria, pôr pra render... Deus pondo a mão e não faltando serviço no próximo ano novo já tinha economizado alguns miúdos, mudava de vida! Voltava pra casa, cuidar da mãe, comprar pra ela um pedaço de pano bonito pra fazer uma saia florida...
É ano novo, Deus ajudando, quem sabe...
Some na curva, pisando firme pelo estradão. Agora vai em casa... É ano novo...

Poesia publicada no livro Economia Política da Pena e Capitalismo Dependente Brasileiro (Ed.Dialética):
Saiu correndo porta à fora
Os crespos cabelos despenteados
Os pés pisando forte no chão da Rua da Paz...
Cada pisada sentia afundar-se, enterrando-se ali, na Rua da Paz
Assistiu quando a polícia atirava o filho ferido no camburão
– É de menor, moço!
Gritava a multidão
– É de menor, moço!!
Gritava a mãe que descia correndo, pisando firme a Rua da Paz
Em vão!
Engaiolaram o menino no camburão
Viu o vermelho do sangue tingir as pernas magras e pretas do menino
– É de menor, moço! (...) É trabalhador! (...)
Insistia em gritar a mãe que descia pisando forte o chão da Paz.
Seus gritos foram abafados pela sirene... Silenciada ali mesmo na rua da paz.
Correu atrás da viatura, em vão!
Voltou para casa
Olhando o chão
Angustiada, levando o chinelo esquerdo do menino levado no camburão
Olhos fixos no chão
Ouvindo o zunido da pequena multidão
A mesma que gritara há pouco:
– É de menor, moço!
Ninguém ligava se era trabalhador
Estava sobrando gente!
Alguém assumiria seu posto pra empacotar as compras no supermercado no
bairro vizinho!
Pensaria positivo...
Ir na delegacia com os documentos do filho
Mostrar as notas na escola
A nota fiscal da camisa de marca que o menino vestia as custas de parcelas no cartão...
Não era ladrão, era trabalhador... E de menor, moço!!
Foi a delegacia, em vão...
Não localizaram o menino levado no camburão.
Por dias voltou à delegacia, localizaria o filho, decidiu...
Morto ou vivo!
Conseguiu!
E vivo!!!!
Numa cela comum para adultos comum
Numa distante delegacia comum
Sem identificação, como um menino pobre comum
Atormentado, confuso...
Acabara de sair de um hospital público comum
Era acusado de roubo pela atitude suspeita de ser um “de menor” comum
Preso numa abordagem comum em “autos de resistência” enquanto jogava
bola na Rua da Paz
Tinha atitude suspeita e cara de maconheiro
No momento não reconhecia a mãe que por ele pisou tão forte o chão da Paz.
Por tanto tormento, ficou fraco do juízo!

Habilidades:

  • Boa Escrita
  • Comunicação Digital
  • Comunicação Externa
  • Espanhol

Áreas de interesse:

  • Jornalismo
  • Redação
  • Edição & Revisão
  • Atendimento ao Consumidor
  • Outra - Escrita
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